segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Bajulação ao Empregado: A Classe Política é Parte do Problema, Não Seu Amigo!

 


A classe política brasileira, em sua maioria, se acomodou em um ciclo vicioso de promessas não cumpridas, corrupção e ineficiência. Enquanto o Brasil continua a arrastar-se, atolado em problemas econômicos e sociais que parecem não ter fim, outros países, com históricos de pobreza e miséria, superaram nossas expectativas de crescimento e desenvolvimento.

O exemplo mais emblemático dessa transformação é Cingapura. Em meados do século XX, Cingapura era uma pequena ilha subdesenvolvida, com grandes problemas econômicos e sociais. Hoje, é uma das economias mais avançadas do mundo, com um PIB per capita que ultrapassa muitos países desenvolvidos.

O segredo?

Uma liderança política focada na meritocracia, eficiência administrativa e combate à corrupção. Enquanto isso, o Brasil, com sua imensa riqueza natural e potencial humano, se afasta de seu verdadeiro potencial, atolado em uma burocracia engessada e em uma classe política que não sabe priorizar os reais interesses da população.

Mas Cingapura não está sozinho. Países como a Coreia do Sul, Taiwan e até mesmo a China, com enormes populações e condições iniciais tão precárias quanto as do Brasil, superaram nossas deficiências políticas e se tornaram potências globais. Eles investiram em educação, inovação e infraestrutura, enquanto aqui, os recursos são desperdiçados em interesses eleitorais e em um sistema político que pouco se importa com o futuro do país.



A comparação não é apenas um exercício de lamentação, mas um convite à reflexão. Como pode um país com tantas possibilidades, com uma população criativa e resiliente, continuar sendo superado por outros, com menos recursos e maiores desafios? A resposta está na ineficiência da classe política, que não consegue olhar para o futuro do Brasil e adotar práticas eficazes de governança, enquanto a corrupção e a politicagem continuam a dominar as pautas nacionais. 


O Brasil também sofre com uma relação íntima e exageradamente próxima entre a população e seus políticos, um vínculo que fomenta o clientelismo e a dependência, em vez de uma postura crítica e exigente. O povo brasileiro, muitas vezes, trata seus representantes com uma reverência indevida, como se fossem "líderes" a serem idolatrados, e não empregados que podem ser demitidos a qualquer momento.
Opinião:



"Políticos não são amigos, são empregados. Cobre como patrão. A classe política faz parte do problema, a solução é o nosso dinheiro. Não crie amor por quem explora você."

É hora de questionarmos essa realidade e exigirmos uma classe política que, ao invés de buscar perpetuar seu poder, olhe para as soluções que já foram comprovadas e que estão ao alcance de todos, se tivermos a coragem de mudar. A mudança começa quando o cidadão entender que o político é, antes de tudo, um empregado público, que deve servir à população e que pode ser demitido a qualquer momento, caso não cumpra seu papel.

Por Daniel Camilo


sábado, 1 de fevereiro de 2025

Eleição à Presidência da Câmara e do Senado: O PT Agradece o Apoio da “Direita”


Hoje, mais uma vez, a política brasileira nos presenteia com um espetáculo de incoerência. A eleição para a presidência do Senado e da Câmara ocorre sob os olhares atentos de um povo que já está acostumado a traições políticas, mas que, de alguma forma, ainda consegue se indignar. O grande protagonista da polêmica é Jair Bolsonaro e seu inexplicável apoio a Davi Alcolumbre, um dos artífices de sua fragilização política durante o governo.

Como explicar a "estratégia" da liderança da "direita" brasileira em um momento em que a resistência contra o autoritarismo está em sua fase mais frágil, apoiando justamente aqueles que ajudaram a pavimentar esse caminho? Alcolumbre foi fundamental para barrar o impeachment de ministros do STF, mantendo intacta a estrutura que hoje age contra a liberdade de expressão e persegue opositores do regime atual. Agora, não apenas recebe apoio de Bolsonaro, como também está alinhado com o PT em diversas pautas, consolidando um bloco de conveniência e sobrevida política.

A contradição não para por aí. Hugo Motta, candidato apoiado por Arthur Lira para a presidência da Câmara, segue a mesma cartilha. Motta tem um histórico de alinhamento com o PT e outros setores da esquerda em votações cruciais, demonstrando que, no fim das contas, o discurso de oposição à esquerda é apenas uma ilusão conveniente. A realidade é que tanto no Senado quanto na Câmara, a prioridade de Bolsonaro e seus aliados parece ser a sobrevivência política e a proteção pessoal, e não a defesa do conservadorismo ou o combate ao autoritarismo.

Pró STF

Alcolumbre, no comando do Senado, ignorou os pedidos de impeachment contra ministros do STF, enterrando qualquer tentativa de conter os abusos que hoje corroem a liberdade e a justiça no Brasil. Além disso, ajudou a viabilizar a derrubada do veto ao "fundão eleitoral", inflando os cofres de campanhas com dinheiro do contribuinte enquanto Bolsonaro tentava, ao menos publicamente, barrar esse descalabro.

Dificultou a Reforma

A reforma tributária também foi palco de embates entre Bolsonaro e Alcolumbre, com este atuando como um dos grandes entraves para avanços que o governo dizia querer implementar. Mas, ao que parece, quando os interesses políticos falam mais alto, as divergências são jogadas para debaixo do tapete, e alianças antes impensáveis se tornam convenientes.

Em nome do Brasil ou causa própria?

Alcolumbre ainda tem processos na justiça, uns engavetados, outros arquivados e alguns em andamento. Nos corredores do poder, alguns dizem que são esses processos que "ameaçam e influenciam as decisões no judiciário". O apoio de Bolsonaro ao seu "carrasco" fala mais sobre os problemas particulares do ex-presidente, na tentativa de garantir um aliado como escudo pessoal, do que sobre qualquer intenção de contribuir para o fim do autoritarismo no Brasil.

A situação na Câmara dos Deputados não é diferente. O candidato de Arthur Lira segue a mesma lógica de conveniência e interesses obscuros. Lira, que controla com mão de ferro o centrão, também se beneficia de um sistema onde alianças são feitas para garantir poder e proteção. A sucessão na Câmara reforça a dinâmica de um Congresso que opera não para a população, mas para manter intocáveis aqueles que estão no controle.

O apoio de Bolsonaro a Alcolumbre e ao candidato de Lira, Hugo Motta é um reflexo claro da natureza cíclica da política brasileira: inimigos de ontem se tornam aliados de hoje, desde que isso sirva a uma estratégia momentânea. Essas alianças têm custado caro ao Brasil. Mais uma vez, a base conservadora é levada a engolir sapos em nome de um "xadrez 4D" que insiste em colocar o próprio povo no papel de peão descartável.

Por: Daniel Camilo


O Preço da Omissão: A Cassação de Zambelli e a Falta de Ação da Direita

 

Esqueça o mérito do processo e foque na procrastinação dos deveres e na terceirização na defesa dos objetivos que originaram o recente levante da direita no Brasil. A cassação da deputada Carla Zambelli é o mais nítido reflexo dos efeitos da idolatria cega, da inércia da direita e da terceirização das próprias obrigações da classe política "conservadora". 

No final das eleições de 2022, não só a deputada, mas todos os congressistas de direita ou simpáticos à causa, acordaram com a certeza de que seriam perseguidos, calados, cassados e presos. Um destino inevitável, que, infelizmente, foi selado pela omissão e pelo medo de confrontar o sistema.

Carla Zambelli é tão culpada quanto sua própria classe, quando deram trégua ao sistema por medo de perderem as redes sociais no início de 2023. Esse é o reflexo da covardia, do individualismo e da procrastinação dos deveres. Não faltaram oportunidades para mudar o rumo desse destino. Desde a tornozeleira e a prisão dos deputados Daniel Silveira, Capitão Assumção e Zé Trovão, que foi diplomado com tornozeleira na canela, até o teatro das eleições de 2022 e o enredo da invasão do dia 8 de janeiro. A morte do Clezão, a cassação do mandato de Dallagnol, a taxação das blusinhas, a aprovação da reforma tributária e os 39 dias de censura do "X" de Elon Musk… São exemplos claros do quanto a direita teve chances de agir, mas preferiu se omitir ou delegar responsabilidades.

A verdade é que fomos convocados para protestar apenas quando prenderam o passaporte do Bolsonaro, e nos 7 de setembro seguintes, nas eleições municipais, o "protesto soft" não foi mais do que um teatro. Não podíamos nem mesmo levar cartazes contra autoridades, enquanto éramos instruídos a silenciar o outro carro de som, que estava dizendo o que de fato precisava ser dito. O discurso de Nikolas e Gustavo Gayer foi o único a salvar a situação, enquanto o resto foi apenas mais uma perda de tempo.

Essa é a realidade da direita brasileira: muita conversa, pouca ação, e um medo absurdo de ir contra o sistema que eles próprios ajudaram a construir. O resultado é claro: quem ficou de braços cruzados hoje paga o preço dessa omissão. E a cassação de Zambelli não é apenas um aviso, mas o reflexo do fracasso de uma classe política que se vendeu ao medo e à falta de coragem de lutar pela liberdade e pelo país.

Além disso, quem vai querer “derrubar” o sistema custando para o cidadão quase meio milhão de reais por mês? Só de salário, serão R$46.366,19 a partir deste sábado. O que faz mais sentido no comportamento da "direita" nacional é a clara mensagem de que: "Cumprir as promessas de campanha não dá lucro.