domingo, 15 de outubro de 2023

Os nossos instintos selvagens em relação ao indivíduo na construção da sociedade útil.


 As vezes, é preciso negar o amor como nós o conhecemos e agimos com ele. Precisamos amar nossos filhos e a sociedade como um cão de guerra. Preparamos tal animal com um único e cruel objetivo, se manter vivo, nos proteger e atacar instintivamente quando preciso. Você não cria um cão de guerra para ser apenas o seu melhor amigo. Nós criamos cães de guerra para que cumpra funções dentro dos possíveis e inevitáveis conflitos. Sejam conflitos pelas ameaças internas ou externas. Mas isso não se constrói da noite para o o dia. 

Para treinar um cão de guerra forte, inteligente e obediente, demanda-se de investimento e muito tempo de instruções. Então, o maior gasto será com a educação desse promissor guerreiro. Quando falamos de educação, o objetivo será a disciplina e posteriormente a conduta para gerar a determinação das suas funções efetivas. Proteção, sobrevivência e ataque instintivo. E quando esperamos que o resultado seja exatamente esses, também precisamos de alimentação. 

Agora entramos na fase de recompensas. Da justa recompensa! Você não consegue educar um cão sem recompensa-lo, porque a comunicação entre você e o animal sempre estará vinculado a alimentação do mesmo. Alimentação essa que, vai construir a sua relação e o vinculo para que os comandos sejam eficientes. Então, conclui-se que, a recompensa não vem de graça, tanto pra você quanto para o animal. Por que a recompensa é a troca do que nós queremos que o cão faça e a qual o cão quer para realizar tais comandos. 

Nós estamos falando aqui da programação através da educação objetiva. No decorrer dessa jornada objetiva com o animal, o carinho e a demonstração de afeto será algo secundário, porém essencial. Precisamos adicional o amor porque o vinculo será inevitável. Mas deve-se aplicar em doses homeopáticas, porque, tanto nós, quanto o cão, deve estar preparado para enfrentar dificuldades e principalmente, a perda um ao outro. É bom deixar muito bem claro que, nesse pensamento exemplar, estamos tratando esse ser vivo-amável como uma máquina. 

Ao adota-lo como um ente querido, teremos responsabilidades um com o outro, mas nunca deve-se superar qual foi a intenção inicial ao adquiri-lo. Não será toda vez que devemos dar abrigo quando a chuva e o frio chegar. Não será toda vez que o cão receberá demonstração de amor. Quase sempre a alimentação será racionada. O projeto é a construção de um ser preparado para os desafios, para as divergências sociais , convivência social e principalmente, para o sacrifício. Dado o objetivo da sua construção.

Mas a pergunta aqui é, - Quem deve estar mais preparado que o cão? E se você respondeu que, somos nós quem deve estar mais preparado para os desafios, você está correto. Por que, se você preferiu escolher que é o cão que deve estar preparado, você não serve para ter um filho ou viver em sociedade.

A síntese desse exemplo, na relação entre o objetivo de adotar um cão e ter como a única finalidade que, o animal será criado para ser um guerreiro, é para definir a relação que devemos ter com os nossos filhos e com a sociedade. 

Durante a jornada dessa criação, inevitavelmente chegará um tempo que, o animal vai agir por instinto e tomará suas próprias decisões, tanto nos conflitos, quanto na hora de querer atenção e demonstração de afeto mutuo. Também chegará um tempo que, com o avanço da idade do animal, adestra-lo para novos comandos e objetivos, ficará mais difícil. Ou até impossível! É nessa fase que vamos aprender a confiar nas ações voluntárias um do outro. Afinal, passamos grande parte da nossa vida  se dedicando ao adestramento objetivo desse animal.

Quer queria ou não, a criação de um filho é a mesma coisa. Se você der tudo que ele quer, sem exigir nada, tanto você quanto a criança, não alcançarão objetivos. Se você o alimenta apenas com fastfood e guloseimas na hora que ele provocar um escândalo, jamais terá disciplina e bom comportamento. Se você o abraça, toda vez que ele chora ou fica triste (porque não ganhou o balde de Lego), então o fraco da relação é você e provavelmente vai crescer um "banana" mimado. 

Na pré-adolescência, se você oferece abrigo (com tudo pago), sem exigir nada em troca, você está criando um homem sem compromisso e sem conduta na vida. Na fase adulta, se você acolhe seu filho toda vez que ele separa da esposa, quando fica desempregado ou simplesmente porque está sem dinheiro, prova que você foi um péssimo pai. 

Deve-se preparar nossos descendentes para os desafios mais simples, que no futuro serão os desafios mais importantes. A capacidade de se defender, de trabalhar e de se desenvolver é algo construído com o objetivo na formação de uma sociedade útil. Agora, para o legado familiar e para a construção de uma identidade independente e provedora, dependerá do próprio indivíduo. Depois de "desmamado", não há mais o que fazer. 



   

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