quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

De defensora LGBTQIA+ e cantora de letras de baixo calão à heroína da Direita!

 

Jojo é homenageada e cortejada pelo PL na Câmara dos Deputados para ser candidata em 2026.


Por Daniel CAmilo (Foto: NATANAEL ALVES/PL)


Já dizia Nelson Rodrigues em 1968: "Os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos". Essa frase está presente em sua crônica "Os idiotas sem modéstia", que faz parte do livro "O Óbvio Ululante". O título é uma expressão que significa algo evidente, claro ou óbvio a ponto de ser impossível de ignorar.

Popularizada pelo escritor Nelson Rodrigues, que também era anticomunista e conservador, a frase remete a verdades tão evidentes que "gritam" por si só. No contexto do autor, muitas vezes a frase era usada com ironia para destacar a cegueira ou hipocrisia em relação a algo amplamente perceptível, mas negado ou ignorado pela sociedade.

Outra grande personalidade conservadora que repetidamente citava a mesma frase era o escritor e filósofo autodidata Olavo de Carvalho. Olavo usava essa citação para criticar a ascensão de ideologias e figuras que ele considerava inadequadas ou prejudiciais para a sociedade. Ele destacava o que via como a crescente influência de pessoas sem qualificação ou entendimento profundo sobre questões importantes, especialmente no campo político e intelectual.

Por exemplo, Olavo de Carvalho mencionava essa frase ao criticar a influência de representantes da esquerda e a idealização de figuras que, segundo ele, promoviam uma cultura de mediocridade e desinformação. Ele argumentava que essa tendência estava levando a uma deterioração dos valores e da qualidade do debate público.

Em sua obra "O Mínimo que Você Precisa Saber para Não Ser um Idiota", Olavo de Carvalho critica fortemente a presença de pessoas despreparadas em cargos públicos, argumentando que a falta de qualificação e a manipulação ideológica são prejudiciais para a sociedade. Ele destaca que a ascensão de indivíduos sem a devida preparação é facilitada pela manipulação da linguagem e da consciência pela mídia e por forças políticas. Essa manipulação, segundo Olavo, resulta em uma degradação dos valores morais e intelectuais, permitindo que pessoas inadequadas assumam posições de poder e influência.

E é justamente na contramão dos exemplos e pensamentos de grandes obras e grandes nomes conservadores que a atual direita, dirigida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e mais alguns outros líderes controversos, impulsionam e lançam nomes como Jojo Todynho para disputar, em 2026, algum cargo de destaque na disputa eleitoral.

A direção da direita brasileira, ao invés de evoluir e orientar os eleitores conservadores a escolherem pessoas preparadas, com histórico de ética e compromisso, parece estar priorizando a quantidade de votos e a ocupação de postos de poder. Essa estratégia impulsiona e manipula o movimento conservador a apoiar figuras como Jojo Todynho, que se ergueu defendendo pautas LGBTQIA+ e cantando letras de baixo calão. 

Essa escolha não só contradiz os valores tradicionais do conservadorismo, mas também deixa um prejuízo significativo para pelo menos uma geração de crianças que foram expostas a músicas com conteúdo de sexualização emergente.

Ao promover celebridades sem a devida qualificação política, a direita corre o risco de comprometer a integridade e a seriedade do movimento conservador. É essencial que os eleitores sejam incentivados a escolher líderes com um histórico comprovado de ética e compromisso, capazes de representar verdadeiramente os valores conservadores e de contribuir para o desenvolvimento sustentável e moral da sociedade.

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