Na véspera do Natal, enquanto muitos celebravam a paz e a esperança, Daniel Silveira foi novamente preso. Não estamos falando de um criminoso perigoso, mas de um ex-deputado que ousou desafiar os poderosos e agora paga o preço com uma decisão que beira o absurdo. O motivo? Ele precisou ir ao médico, algo que deveria ser um direito básico garantido a qualquer cidadão. Mesmo com o médico confirmando o atendimento, o ministro ordenou sua prisão imediata. E, apesar da suposta 'infração', Daniel retornou à sua residência apenas duas horas depois. Agora me pergunto: quanto tempo é aceitável para que alguém vá ao médico e volte para casa? Dez minutos? Vinte? Aparentemente, para Daniel Silveira, nem isso basta.
Essa decisão não é apenas desproporcional; é absurda. Estamos vendo uma prisão decretada na véspera de Natal, uma data que simboliza perdão e compaixão, mas que, nesse caso, foi marcada por autoritarismo e desprezo pela proporcionalidade. Daniel Silveira não é tratado como um cidadão com direitos, mas como um inimigo a ser silenciado a qualquer custo. Sua prisão não é sobre justiça, é sobre perseguição política.
Enquanto milhares de presos por crimes contra a vida, o sistema financeiro, por roubo, assalto e tráfico de drogas são beneficiados com a saidinha, Daniel Silveira, por um deslize, volta para a cadeia com direito a um aparato de guerra, como se fosse Osama Bin Laden.
Vale ressaltar que Daniel Silveira não pode nem sequer ser considerado um criminoso, pois quando foi preso pela primeira vez, a acusação não envolvia violência física ou qualquer crime contra a vida. Seu "crime" foi emitir opiniões e ofensas de baixo calão, algo que, embora polêmico, está muito distante de justificar um tratamento tão severo.
O que chama atenção é o simbolismo dessa decisão. Um ex-deputado, que deveria ter seus direitos preservados, é preso por algo que, em qualquer democracia funcional, seria tratado com razoabilidade. Hoje, é ele quem passa o Natal longe da família, sem ter cometido um crime que justificasse tamanha severidade. Amanhã, pode ser qualquer um de nós.
Quando a justiça deixa de ser imparcial e se transforma em uma ferramenta de opressão, é a democracia que realmente está presa. O silêncio das autoridades e da sociedade diante desse abuso apenas reforça a mensagem: quem incomodar os donos do poder será tratado com rigor, mesmo que isso signifique ignorar direitos fundamentais. Quem será o próximo sacrificado na ceia do autoritarismo?
Que essa prisão sirva de alerta: a liberdade está sendo retirada, um direito por vez, enquanto muitos preferem olhar para o outro lado. Daniel Silveira não é apenas uma vítima de uma justiça seletiva; ele é um exemplo vivo de como a liberdade de expressão e os direitos humanos estão sendo esmagados por decisões que escancaram o autoritarismo. Hoje, a prisão é dele. Amanhã, pode ser a sua.
É irônico, então, relembrar os discursos de várias autoridades do governo de esquerda e até mesmo dos próprios ministros do STF, que declararam repetidas vezes que o Brasil polarizado politicamente precisava ser pacificado. Mas como alcançar essa pacificação quando certos indivíduos continuam sendo tratados como inimigos número um apenas por serem antagonistas ideológicos? A paz não se constrói com perseguição, nem a democracia sobrevive onde a justiça age com parcialidade. Essa contradição escancara um cenário em que palavras bonitas são apenas cortinas de fumaça para ações que perpetuam divisões e injustiças.
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