quinta-feira, 7 de agosto de 2025

A Farsa da Luta: Poder Pelo Poder


Enquanto gritam contra o “sistema”, operam dentro dele com maestria, protegendo interesses, blindando aliados e alimentando a máquina que fingem combater. O discurso moralista serve para distrair, dividir e justificar retrocessos.


Não há projeto de país, só manutenção de poder, através da reeleição eterna. O poder pelo poder, apenas isso. O bolsonarismo, de fato, é conservador — milita pelo continuísmo da velha política, dos antigos privilégios de classe e da falsa guerra ideológica.

Já que nada disso é de direita. A cara de pau é tanta, que a muito tempo a palavra “renovação” nem é mais falada. Pois a ideia é que o mesmo grupo da panelinha que fica debaixo do escroto do mito se mantenha eternamente no poder com o mantra “precisamos continuar a luta contra o comunismo”... que aliás nunca chega e jamais chegará.

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

O Cosplay Ignorante Ideológico do Século!

 

Qual a diferença entre o LGBT com camisa do Fidel Castro e o Hélio Negão vestindo camiseta de Israel ou da Margaret Thatcher? Nenhuma. Absolutamente nenhuma. Ambos são personagens da mesma comédia trágica chamada “ignorância política de boutique”.

De um lado, o LGBT que idolatra um ditador que prendia e torturava homossexuais em campos de reeducação. Do outro, o negro que desfila com símbolos de governos e ideologias que jamais moveram um dedo em prol da população preta. É o clássico: usar o símbolo sem saber o que ele representa. É como tatuar uma frase em árabe sem saber se tá escrito "força" ou "frango assado".

Isso revela um problema mais profundo do que parece: a política virou desfile. E um desfile sem cérebro. A camiseta virou um escudo, a ideologia virou filtro do Instagram, e a militância virou marketing pessoal. Não é mais sobre consciência, é sobre curtida.

E antes que alguém venha choramingar sobre “liberdade de expressão”:
Não é censura, é coerência. Você tem o direito de se expressar — e eu tenho o dever de dizer que você tá pagando mico.

Quando a política é vivida como performance, tanto o militante quanto o deputado viram atores ruins de um roteiro ainda pior. Repetem bordões, vestem causas que não entendem, e acabam virando caricaturas de si mesmos. Gente que quer ser o herói da revolução, mas não consegue nem explicar o que defende.

A verdadeira revolução — seja ela de direita, esquerda, de centro ou de cabeça pra baixo — começa com honestidade intelectual. E isso, meu irmão, não se vende em loja de camiseta, nem vem no combo do marketing político.

Porque no final, a ideologia sem consciência é só cosplay. E pior: cosplay barato, mal interpretado, mal costurado… e cada vez mais patético.


quarta-feira, 30 de julho de 2025

A União que a Polarização Esconde

A manipulação de massas é uma técnica antiga, mas que hoje se aprimora constantemente para moldar a opinião pública e influenciar o comportamento coletivo. Ela age de forma sutil, explorando vulnerabilidades humanas como o medo, a esperança e a necessidade de pertencer a um grupo, muitas vezes sem que as pessoas sequer percebam que estão sendo influenciadas.

Uma das estratégias mais eficazes é a criação de um inimigo comum. Esse adversário, seja ele real ou uma invenção, tem o poder de unificar grupos e justificar diversas ações. É nesse contexto que frequentemente observamos um padrão: cria-se uma guerra ideológica inexistente, provocada por uma ameaça que nunca se concretizou... e, de repente, surge alguém com uma solução que nunca chega. Essa dinâmica mantém a população em um estado de constante alerta e dependência, sempre aguardando por uma salvação que é adiada.

Na era digital, as redes sociais aceleraram e amplificaram esse processo. Com a informação fragmentada e a formação das chamadas "bolhas" de conteúdo, torna-se mais fácil disseminar narrativas específicas e desacreditar fontes que não se encaixam. Os algoritmos, desenhados para prender a atenção, potencializam a polarização. O medo do "outro" — de quem pensa diferente ou de grupos específicos — é constantemente ativado, e a emoção frequentemente domina a razão.

Nesse cenário, o manipulador se posiciona como o único que compreende a suposta ameaça e tem a resposta definitiva. O resultado final é uma sociedade que, em vez de exigir soluções concretas e sustentáveis, permanece presa em um ciclo de narrativa de crise, onde a maior perda é a capacidade de pensar criticamente e a própria coesão social.

quinta-feira, 3 de julho de 2025

O Arquiteto Engenheiro: a cristalização consciente dos vetores de manipulação no ápice da influência social e da cultura do desempenho

 

Teoria dos Vetores Inconscientes da Manipulação Estratégica

Resumo

Este artigo finaliza a trilogia da Teoria dos Vetores Inconscientes da Manipulação Estratégica (TVIME) ao descrever a etapa em que a manipulação simbólica torna-se deliberada e estruturada. O Arquiteto, originalmente guiado por impulsos afetivos inconscientes, agora se converte no Arquiteto Engenheiro: um agente consciente, estrategista e altamente funcional na gestão de sua imagem, presença e narrativa. Essa figura pode emergir em qualquer cenário de prestígio simbólico — da política à indústria criativa, do mundo corporativo às lideranças religiosas — desde que o ambiente valide e retroalimente seus vetores de carisma. A TVIME, assim, demonstra como a espontaneidade emocional pode evoluir, gradualmente, para engenharia de manipulação performativa.

Palavras-chave: manipulação simbólica, carisma estratégico, cultura do desempenho, arquétipo, influência social.

1. Introdução

A influência simbólica é, cada vez mais, o motor invisível das relações humanas em contextos de ascensão e prestígio social. Este artigo amplia o alcance da TVIME — originalmente pensada no campo político — para abarcar fenômenos em qualquer ambiente onde autenticidade performada se converte em capital simbólico. Em corporações, plataformas digitais, mercados criativos ou religiões de massa, observa-se o mesmo padrão: um indivíduo inicialmente impulsionado por espontaneidade emocional alcança relevância pública e, gradualmente, transforma seus gestos em projeto deliberado de influência.

Este é o momento do Arquiteto Engenheiro.

 

2. O ambiente simbólico da manipulação

A era da performance constante transformou a autenticidade em moeda de alto valor. Na cultura do desempenho, não basta ser eficaz — é preciso parecer espontâneo. Essa dinâmica atravessa ambientes diversos: empresários que viralizam por “falar verdades”, artistas que reúnem multidões por parecerem despretensiosos, influenciadores que sustentam sua marca pessoal em cima de “serem como você”.

O Arquiteto Engenheiro é o sujeito que, ao perceber esse efeito, profissionaliza sua própria autenticidade. Ele já não se guia apenas por impulsos inconscientes (como o Arquiteto Inocente) nem apenas pela intuição instintiva (como o Semi-Inconsciente). Ele agora planeja sua presença — controla o tom da fala, a estética da marca, o momento da aparição e até a ausência.

3. Psicodinâmica do Arquiteto Engenheiro

O que define o Arquiteto Engenheiro não é a falsidade — mas a administração racional de afetos autênticos. Ele entende que sua imagem de “homem simples”, “líder acessível” ou “artista do povo” é um ativo de marca. Ele pode, por exemplo:

  • Ensaia falas para parecer improvisado;
  • Contrata profissionais de marketing enquanto reforça a narrativa de independência;
  • Explora sua trajetória de superação não apenas como verdade, mas como storytelling funcional;
  • Cria controvérsias pontuais para se manter central na atenção social.

Ele ainda sente, ainda se emociona — mas usa isso com finalidade.

4. A cultura do desempenho como terreno fértil

A cultura contemporânea valoriza intensamente aquilo que parece autêntico, sem ser amador; humano, mas tecnicamente articulado. Este paradoxo impulsiona o nascimento de lideranças simbólicas que encenam a própria sinceridade.

Não se trata apenas de enganar — trata-se de organizar a autenticidade como coreografia pública.

Essa engenharia pode ocorrer:

  • No CEO que grava vídeos “sem roteiro”, mas com luz, script e corte calculado;
  • No artista que “esquece a letra” ao vivo para viralizar;
  • No coach que chora ao contar a própria história, numa live com trilha e gatilhos narrativos.

Em todos os casos, o vetor inconsciente que moveu suas ações originais foi substituído por domínio técnico da manipulação simbólica.

5. Implicações éticas e sociais

A maturação da manipulação afetiva como ferramenta estrutural levanta questões complexas:

  • Até que ponto a autenticidade é autêntica?
  • É possível liderar emocionalmente sem ceder à encenação?
  • Somos vítimas ou cúmplices desse ecossistema simbólico?

A resposta não é binária. O que a TVIME sugere é que não existe autenticidade pura num ambiente onde o reconhecimento depende da imagem. E quando um indivíduo entende isso profundamente, ele constrói sua arquitetura emocional com fins estratégicos.

6. Conclusão

Com o surgimento do Arquiteto Engenheiro, a teoria dos Vetores Inconscientes da Manipulação Estratégica alcança sua forma completa: ela nasce com o impulso emocional inconsciente, passa pela intuição performática e culmina na gestão consciente da própria influência.

Esse tipo de agente social não pertence mais à esfera da fragilidade psicológica — ele é funcional, eficiente e estrategicamente carismático. A cultura do desempenho o favorece; o público o retroalimenta.

A TVIME, nesse ciclo final, deixa de ser apenas teoria descritiva e torna-se ferramenta de diagnóstico simbólico para o nosso tempo. Reconhecer o Arquiteto Engenheiro não é acusar — é defender a lucidez diante de uma era onde até a verdade pode ser um gesto bem ensaiado.

 

O Arquiteto Semi-Inconsciente: Entre a espontaneidade performativa e a manipulação não Assumida

 

Teoria dos Vetores Inconscientes da Manipulação Estratégica: uma leitura

psicanalítica e político-comportamental


Resumo

Este artigo propõe a Teoria dos Vetores Inconscientes da Manipulação Estratégica (TVIME), uma abordagem que busca compreender como certas figuras públicas influenciam o comportamento coletivo não apenas por meio de cálculo político racional, mas também a partir de impulsos inconscientes. A teoria toma como base conceitos da psicanálise, filosofia e ciência política e introduz o arquétipo do Arquiteto: um indivíduo que manipula ao mesmo tempo em que acredita estar apenas sendo autêntico. A TVIME propõe que muitos dos que exercem forte influência social ou eleitoral não têm consciência da dimensão manipulatória de suas ações, por serem guiados por uma espontaneidade emocional que também é, paradoxalmente, uma arma política.

Palavras-chave: inconsciente, manipulação, arquétipo, comportamento político, psicanálise, arquiteto.

1. Introdução

Este trabalho teve início no contexto emocional e polarizado do segundo turno das eleições de 2022, nas quais o autor concorreu ao cargo de deputado federal pelo partido Republicanos. A vivência direta no ambiente de disputa política, aliada à observação de como determinados candidatos conquistavam o eleitorado através de uma combinação de carisma, improviso e “autenticidade”, despertou uma inquietação analítica: seria possível que tais líderes manipulassem o público de forma eficaz mesmo sem uma consciência clara disso?

 

2. Fundamentação Teórica

2.1. Freud, Jung e os impulsos invisíveis

Sigmund Freud, o pai da psicanálise, definiu o inconsciente como um conjunto de desejos, medos e traumas reprimidos que influenciam o comportamento humano. Para Freud, muitos dos nossos atos mais decisivos não são fruto da razão, mas de impulsos inconscientes, travestidos de escolha racional.

Carl Jung expandiu essa visão ao introduzir o inconsciente coletivo, povoado por arquétipos universais — imagens e padrões que moldam nossos papéis sociais. Um desses arquétipos é o do herói popular, aquele que se apresenta como a salvação dos “comuns”. A figura do Arquiteto insere-se nesse espectro simbólico, mas com uma peculiaridade: ele manipula não como vilão intencional, e sim como produto de seus próprios impulsos não elaborados.

2.2. Viktor Frankl e a carência de sentido

Viktor Frankl, sobrevivente do Holocausto e criador da logoterapia, defendia que a falta de sentido existencial gera comportamentos compensatórios — o culto ao ego, a necessidade de aprovação, a busca por poder simbólico. O Arquiteto, nesse sentido, age não por malícia, mas porque canaliza suas próprias inseguranças em narrativas públicas que o colocam como vítima, mártir ou salvador.

3. O Arquiteto como vetor disfuncional da autenticidade

O Arquiteto, como personagem simbólico desta teoria, é aquele que se constrói a partir de três pilares: a informalidade, a visceralidade e a identidade de “homem do povo”. Ele não apresenta um plano racional de dominação — mas sim, um impulso constante de ocupar o centro do jogo político por meio de uma performance afetiva.

Sua autenticidade é performática, mas não necessariamente falsa: ele acredita estar sendo ele mesmo. O problema está em que essa "espontaneidade", quando validada pelo engajamento popular, torna-se ferramenta de manipulação emocional — ainda que não intencional.

4. Implicações sociopolíticas da TVIME

Líderes políticos que agem sob vetores inconscientes conseguem mobilizar emoções de maneira profunda, sem que seja possível responsabilizá-los por estratégias friamente calculadas. Isso torna o Arquiteto uma figura difusa: ora carismático, ora confuso; ora espontâneo, ora perigoso.

Sua força reside em parecer simples e legítimo, o que o afasta das críticas tradicionais feitas ao populismo clássico. O risco é que sua manipulação emocional não seja percebida nem por ele, nem por seus eleitores — configurando um tipo novo de distorção democrática: a espontaneidade manipuladora.

5. Epílogo Teórico: O Arquiteto e a Espontaneidade Calculada

Chamaremos de Arquiteto aquele que, movido por vetores emocionais e sociais não elaborados, exerce liderança por meio da autenticidade como arma inconsciente.

O Arquiteto não age por pura malícia — mas também não é ingênuo. Em algum lugar entre o instinto e a percepção política, ele entende que sua identidade popular funciona. Ele não racionaliza estratégias como um marqueteiro profissional, mas sente que seu jeito de ser “funciona melhor que os outros”.

Imagine um cenário: um candidato liderando as pesquisas é chamado para um debate. Sua equipe sugere que ele use terno, adote uma retórica mais formal. Ele recusa, dizendo: “As pessoas me reconhecem como alguém autêntico. Não vou virar mais um político de embalagem, só porque é o esperado. A força está em continuar sendo quem eu sou.

O gesto parece autêntico — e é. Mas é também, ainda que não admitido, um movimento político de preservação de capital simbólico. Ou seja: o Arquiteto é movido por sentimentos reais e crenças sinceras, mas que resultam em manipulação afetiva.

Portanto, sua manipulação não é cínica — ela é existencial. Ele manipula sem saber. E vence, não por ter um plano, mas por dar à população o que ela deseja ver.

6. Conclusão

A Teoria dos Vetores Inconscientes da Manipulação Estratégica nos convida a repensar os moldes tradicionais da análise política e psicológica. Ela oferece um modelo para compreender o fenômeno de líderes que não se comportam como vilões maquiavélicos, mas que tampouco são inocentes.

O Arquiteto é o produto de um tempo em que a autenticidade se tornou moeda de valor político. E, por isso mesmo, sua figura exige atenção redobrada — pois ela opera no território nebuloso entre a emoção legítima e a manipulação não assumida. Reconhecer esse personagem é dar nome ao jogo invisível que molda o tabuleiro da sociedade contemporânea.

 


sexta-feira, 27 de junho de 2025

O Arquiteto Inocente: A gênese emocional da manipulação espontânea

 

Teoria dos Vetores Inconscientes da Manipulação Estratégica: uma leitura psicanalítica e político-comportamental


Resumo

Este artigo propõe a Teoria dos Vetores Inconscientes da Manipulação Estratégica, com base em referências da psicanálise, filosofia e ciência política. A teoria analisa como agentes sociais – especialmente figuras públicas – são guiados por forças internas inconscientes que moldam comportamentos manipulativos. Seu arquétipo principal é "o Arquiteto": um indivíduo que manipula não apenas de forma estratégica, mas também de forma visceral, sem plena consciência de suas motivações, mascarando-se sob uma imagem de espontaneidade e sinceridade.

Palavras-chave: inconsciente, manipulação, arquétipo, comportamento político, psicanálise, arquiteto.

1. Introdução

Este trabalho teve início no contexto emocional e polarizado do segundo turno das eleições de 2022, durante as quais o autor foi candidato a deputado federal pelo partido Republicanos. Ao observar figuras públicas que se destacavam não pela racionalidade estratégica, mas pelo carisma disfuncional e improvisado, emergiu a hipótese de que certos comportamentos manipulativos não são plenamente conscientes, mas sim moldados por vetores inconscientes — desejos, inseguranças e padrões psicológicos que operam silenciosamente na formação de discursos e atitudes.




2. Fundamentação Teórica

2.1. O inconsciente segundo Freud e Jung

Sigmund Freud descreveu o inconsciente como um domínio oculto de traumas, desejos e impulsos reprimidos que influenciam o comportamento humano. Para Freud, a racionalidade é frequentemente sabotada por mecanismos de defesa, como a projeção e a racionalização, que atuam fora do controle consciente.

Carl Jung expandiu esse conceito ao introduzir o inconsciente coletivo, onde arquétipos universais moldam atitudes humanas e se expressam por meio de símbolos e narrativas. O Arquiteto da manipulação inconsciente seria um exemplo de arquétipo junguiano com forte atuação na esfera política.

2.2. O vazio existencial e a busca por centralidade

Viktor Frankl, psiquiatra austríaco, apontou que quando o ser humano não encontra sentido existencial, ele tende a buscar compensações simbólicas — poder, bajulação, influência. O comportamento do Arquiteto pode ser compreendido como uma tentativa inconsciente de preencher lacunas emocionais com adoração pública, mesmo que de forma desorganizada.

3. O Arquiteto e a engenharia disfuncional do afeto

O Arquiteto é um sujeito carente que não manipula por cálculo, mas por impulso emocional. Seu objetivo é se tornar o centro das atenções, o escolhido, o mártir admirado. Sua “estratégia” é parecer simples, honesto, espontâneo. No entanto, por trás da imagem do homem sincero, esconde-se um manipulador visceral que mobiliza emoções coletivas de forma inconsequente.

Esse comportamento se diferencia do maquiavelismo clássico: enquanto o estrategista racional estrutura o jogo, o Arquiteto é um improvisador carismático, incapaz de reconhecer seus próprios vetores internos.

4. Implicações sociopolíticas da TVIME

A teoria aqui apresentada abre caminho para uma crítica mais profunda da política emocional contemporânea. Líderes movidos por vetores inconscientes não apenas manipulam o povo — eles próprios são manipulados por suas carências. Isso os torna mais perigosos, pois são percebidos como autênticos, mesmo quando perpetuam desinformação, vitimismo e chantagem emocional.

Compreender esses vetores permite desarmar a falsa espontaneidade e exigir a lucidez estrutural de quem ocupa posições de influência.

5. Conclusão

A Teoria dos Vetores Inconscientes da Manipulação Estratégica convida o campo da ciência política e das ciências humanas a ir além da superfície. Propõe-se que, por trás de discursos populistas e lideranças “autênticas”, há um teatro psíquico profundo, onde impulsos inconscientes moldam decisões e estratégias com consequências sociais amplas. Resta à sociedade escolher: vamos continuar aplaudindo arquitetos emocionais mal resolvidos ou buscar líderes conscientes de suas estruturas internas?

Referências

  • FREUD, S. O Ego e o Id. Rio de Janeiro: Imago, 1976.
  • JUNG, C. G. Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo. Petrópolis: Vozes, 2000.
  • FRANKL, V. E. Em busca de sentido. São Paulo: Vozes, 2006.
  • ARENDT, H. As origens do totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
  • FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Bajulação ao Empregado: A Classe Política é Parte do Problema, Não Seu Amigo!

 


A classe política brasileira, em sua maioria, se acomodou em um ciclo vicioso de promessas não cumpridas, corrupção e ineficiência. Enquanto o Brasil continua a arrastar-se, atolado em problemas econômicos e sociais que parecem não ter fim, outros países, com históricos de pobreza e miséria, superaram nossas expectativas de crescimento e desenvolvimento.

O exemplo mais emblemático dessa transformação é Cingapura. Em meados do século XX, Cingapura era uma pequena ilha subdesenvolvida, com grandes problemas econômicos e sociais. Hoje, é uma das economias mais avançadas do mundo, com um PIB per capita que ultrapassa muitos países desenvolvidos.

O segredo?

Uma liderança política focada na meritocracia, eficiência administrativa e combate à corrupção. Enquanto isso, o Brasil, com sua imensa riqueza natural e potencial humano, se afasta de seu verdadeiro potencial, atolado em uma burocracia engessada e em uma classe política que não sabe priorizar os reais interesses da população.

Mas Cingapura não está sozinho. Países como a Coreia do Sul, Taiwan e até mesmo a China, com enormes populações e condições iniciais tão precárias quanto as do Brasil, superaram nossas deficiências políticas e se tornaram potências globais. Eles investiram em educação, inovação e infraestrutura, enquanto aqui, os recursos são desperdiçados em interesses eleitorais e em um sistema político que pouco se importa com o futuro do país.



A comparação não é apenas um exercício de lamentação, mas um convite à reflexão. Como pode um país com tantas possibilidades, com uma população criativa e resiliente, continuar sendo superado por outros, com menos recursos e maiores desafios? A resposta está na ineficiência da classe política, que não consegue olhar para o futuro do Brasil e adotar práticas eficazes de governança, enquanto a corrupção e a politicagem continuam a dominar as pautas nacionais. 


O Brasil também sofre com uma relação íntima e exageradamente próxima entre a população e seus políticos, um vínculo que fomenta o clientelismo e a dependência, em vez de uma postura crítica e exigente. O povo brasileiro, muitas vezes, trata seus representantes com uma reverência indevida, como se fossem "líderes" a serem idolatrados, e não empregados que podem ser demitidos a qualquer momento.
Opinião:



"Políticos não são amigos, são empregados. Cobre como patrão. A classe política faz parte do problema, a solução é o nosso dinheiro. Não crie amor por quem explora você."

É hora de questionarmos essa realidade e exigirmos uma classe política que, ao invés de buscar perpetuar seu poder, olhe para as soluções que já foram comprovadas e que estão ao alcance de todos, se tivermos a coragem de mudar. A mudança começa quando o cidadão entender que o político é, antes de tudo, um empregado público, que deve servir à população e que pode ser demitido a qualquer momento, caso não cumpra seu papel.

Por Daniel Camilo


sábado, 1 de fevereiro de 2025

Eleição à Presidência da Câmara e do Senado: O PT Agradece o Apoio da “Direita”


Hoje, mais uma vez, a política brasileira nos presenteia com um espetáculo de incoerência. A eleição para a presidência do Senado e da Câmara ocorre sob os olhares atentos de um povo que já está acostumado a traições políticas, mas que, de alguma forma, ainda consegue se indignar. O grande protagonista da polêmica é Jair Bolsonaro e seu inexplicável apoio a Davi Alcolumbre, um dos artífices de sua fragilização política durante o governo.

Como explicar a "estratégia" da liderança da "direita" brasileira em um momento em que a resistência contra o autoritarismo está em sua fase mais frágil, apoiando justamente aqueles que ajudaram a pavimentar esse caminho? Alcolumbre foi fundamental para barrar o impeachment de ministros do STF, mantendo intacta a estrutura que hoje age contra a liberdade de expressão e persegue opositores do regime atual. Agora, não apenas recebe apoio de Bolsonaro, como também está alinhado com o PT em diversas pautas, consolidando um bloco de conveniência e sobrevida política.

A contradição não para por aí. Hugo Motta, candidato apoiado por Arthur Lira para a presidência da Câmara, segue a mesma cartilha. Motta tem um histórico de alinhamento com o PT e outros setores da esquerda em votações cruciais, demonstrando que, no fim das contas, o discurso de oposição à esquerda é apenas uma ilusão conveniente. A realidade é que tanto no Senado quanto na Câmara, a prioridade de Bolsonaro e seus aliados parece ser a sobrevivência política e a proteção pessoal, e não a defesa do conservadorismo ou o combate ao autoritarismo.

Pró STF

Alcolumbre, no comando do Senado, ignorou os pedidos de impeachment contra ministros do STF, enterrando qualquer tentativa de conter os abusos que hoje corroem a liberdade e a justiça no Brasil. Além disso, ajudou a viabilizar a derrubada do veto ao "fundão eleitoral", inflando os cofres de campanhas com dinheiro do contribuinte enquanto Bolsonaro tentava, ao menos publicamente, barrar esse descalabro.

Dificultou a Reforma

A reforma tributária também foi palco de embates entre Bolsonaro e Alcolumbre, com este atuando como um dos grandes entraves para avanços que o governo dizia querer implementar. Mas, ao que parece, quando os interesses políticos falam mais alto, as divergências são jogadas para debaixo do tapete, e alianças antes impensáveis se tornam convenientes.

Em nome do Brasil ou causa própria?

Alcolumbre ainda tem processos na justiça, uns engavetados, outros arquivados e alguns em andamento. Nos corredores do poder, alguns dizem que são esses processos que "ameaçam e influenciam as decisões no judiciário". O apoio de Bolsonaro ao seu "carrasco" fala mais sobre os problemas particulares do ex-presidente, na tentativa de garantir um aliado como escudo pessoal, do que sobre qualquer intenção de contribuir para o fim do autoritarismo no Brasil.

A situação na Câmara dos Deputados não é diferente. O candidato de Arthur Lira segue a mesma lógica de conveniência e interesses obscuros. Lira, que controla com mão de ferro o centrão, também se beneficia de um sistema onde alianças são feitas para garantir poder e proteção. A sucessão na Câmara reforça a dinâmica de um Congresso que opera não para a população, mas para manter intocáveis aqueles que estão no controle.

O apoio de Bolsonaro a Alcolumbre e ao candidato de Lira, Hugo Motta é um reflexo claro da natureza cíclica da política brasileira: inimigos de ontem se tornam aliados de hoje, desde que isso sirva a uma estratégia momentânea. Essas alianças têm custado caro ao Brasil. Mais uma vez, a base conservadora é levada a engolir sapos em nome de um "xadrez 4D" que insiste em colocar o próprio povo no papel de peão descartável.

Por: Daniel Camilo


O Preço da Omissão: A Cassação de Zambelli e a Falta de Ação da Direita

 

Esqueça o mérito do processo e foque na procrastinação dos deveres e na terceirização na defesa dos objetivos que originaram o recente levante da direita no Brasil. A cassação da deputada Carla Zambelli é o mais nítido reflexo dos efeitos da idolatria cega, da inércia da direita e da terceirização das próprias obrigações da classe política "conservadora". 

No final das eleições de 2022, não só a deputada, mas todos os congressistas de direita ou simpáticos à causa, acordaram com a certeza de que seriam perseguidos, calados, cassados e presos. Um destino inevitável, que, infelizmente, foi selado pela omissão e pelo medo de confrontar o sistema.

Carla Zambelli é tão culpada quanto sua própria classe, quando deram trégua ao sistema por medo de perderem as redes sociais no início de 2023. Esse é o reflexo da covardia, do individualismo e da procrastinação dos deveres. Não faltaram oportunidades para mudar o rumo desse destino. Desde a tornozeleira e a prisão dos deputados Daniel Silveira, Capitão Assumção e Zé Trovão, que foi diplomado com tornozeleira na canela, até o teatro das eleições de 2022 e o enredo da invasão do dia 8 de janeiro. A morte do Clezão, a cassação do mandato de Dallagnol, a taxação das blusinhas, a aprovação da reforma tributária e os 39 dias de censura do "X" de Elon Musk… São exemplos claros do quanto a direita teve chances de agir, mas preferiu se omitir ou delegar responsabilidades.

A verdade é que fomos convocados para protestar apenas quando prenderam o passaporte do Bolsonaro, e nos 7 de setembro seguintes, nas eleições municipais, o "protesto soft" não foi mais do que um teatro. Não podíamos nem mesmo levar cartazes contra autoridades, enquanto éramos instruídos a silenciar o outro carro de som, que estava dizendo o que de fato precisava ser dito. O discurso de Nikolas e Gustavo Gayer foi o único a salvar a situação, enquanto o resto foi apenas mais uma perda de tempo.

Essa é a realidade da direita brasileira: muita conversa, pouca ação, e um medo absurdo de ir contra o sistema que eles próprios ajudaram a construir. O resultado é claro: quem ficou de braços cruzados hoje paga o preço dessa omissão. E a cassação de Zambelli não é apenas um aviso, mas o reflexo do fracasso de uma classe política que se vendeu ao medo e à falta de coragem de lutar pela liberdade e pelo país.

Além disso, quem vai querer “derrubar” o sistema custando para o cidadão quase meio milhão de reais por mês? Só de salário, serão R$46.366,19 a partir deste sábado. O que faz mais sentido no comportamento da "direita" nacional é a clara mensagem de que: "Cumprir as promessas de campanha não dá lucro.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Silêncio Geral: Governo Lula, Deputados Federais e STF recebem aumento de salário em meio a crise financeira.

 




Um decreto de 2022 igualou os salários de parlamentares e autoridades do Executivo aos dos ministros do STF. Desde então, presidente, vice, ministros de Estado e membros do Congresso Nacional passaram a receber o mesmo valor que os integrantes da Suprema Corte.

A partir de sábado, Lula, ministros do STF e parlamentares passarão a ganhar R$ 46,4 mil por mês. Você viu alguém da “nossa” direita criticando isso? Óbvio que não! No fundo, são todos iguais, dividindo os mesmos privilégios enquanto fingem rivalizar em público.

O reajuste de 2025 já estava previsto há três anos. A proposta, aprovada pelo Congresso em 2022, estabeleceu um aumento escalonado para os ministros do STF, elevando os salários de R$ 39,2 mil em 2022 para R$ 46,4 mil em 2025—um reajuste de 18%.

Mas o eleitor idólatra se recusa a enxergar essa enganação generalizada. Defende político como se fosse time de futebol e ainda ataca quem está indignado com essa farra. O idólatra ideológico protege seu político de estimação com tanta força que, num piscar de olhos, passa de trouxa a prostituta—vendendo sua dignidade por migalhas de ilusão.

Enquanto isso, a classe política, de esquerda e de direita, ri à toa com salários exorbitantes pagos com o seu dinheiro. Acordar para essa realidade dói, mas seguir sendo enganado é pior. Afinal, quem deveria lutar por você está ocupado garantindo o próprio luxo.


quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Governo à Deriva e a Direita Passiva: Por que o Impeachment Une Aliados e Opositores Contra o PT...

 

Desde o retorno do Partido dos Trabalhadores (PT) ao poder em janeiro de 2023, a sucessão de escândalos e medidas impopulares não apenas desgastou a imagem do governo, mas também colocou em xeque sua capacidade de governar. Hoje, o impeachment não é apenas um desejo restrito à oposição tradicional, mas um tema que atravessa fronteiras partidárias, abrangendo aliados como o PSB do vice Geraldo Alckmin e o maior partido base, o União Brasil, que é visto como o maior pilar de sustentação do governo.

O descontentamento cresce à medida que se acumulam políticas que ferem diretamente o bolso e a confiança do cidadão. Entre as medidas mais impopulares, destacam-se:

A tentativa de aumento de impostos sobre combustíveis – Em meio a uma crise econômica global e um cenário de inflação, o governo tentou elevar a carga tributária sobre combustíveis. Tal medida foi amplamente criticada pela população, que já enfrenta uma alta carga tributária, e gerou tensão até mesmo entre os parlamentares da base governista.

O polêmico programa “Pé de Meia” – Com a recente suspensão de R$ 6 bilhões pelo Tribunal de Contas da União (TCU) devido à utilização irregular de fundos privados fora do Orçamento Geral da União, o governo enfrenta uma enxurrada de críticas e a ameça de interrupção de programas que afetam diretamente a vida de milhares de estudantes.

O fracasso do programa Minha Casa Verde e Amarela, reformulado em Mais Habitação – O que deveria ser uma expansão dos benefícios habitacionais transformou-se em um festival de promessas não cumpridas, com entregas de casas abaixo da meta estipulada e cortes orçamentários mascarados.

A tentativa de tarifar o Pix – Apesar de não oficializada, as discussões dentro do governo sobre a imposição de taxas sobre o Pix, uma ferramenta amplamente usada por brasileiros, causaram revolta e protestos, com a opinião pública se posicionando maciçamente contra a ideia.

Escândalos de corrupção em licitações – Denúncias de superfaturamento e favorecimento de empresas em contratos públicos envolvendo ministérios controlados por partidos aliados aumentam a percepção de que o governo reincide em práticas que marcaram os escândalos de suas gestões passadas.

Concessões desastrosas ao Congresso – Em troca de apoio parlamentar, o governo ampliou ainda mais o “orçamento secreto”, expondo sua fragilidade e entregando o controle de verbas bilionárias a líderes de partidos com práticas fisiológicas.

Essa soma de erros coloca o governo em uma posição vulnerável. Nem mesmo seus aliados tradicionais demonstram entusiasmo em defendê-lo. O PSB, partido de Geraldo Alckmin, e o União Brasil, apontado como um dos maiores aliados no Congresso, já dão sinais de desconforto com a condução do país. Afinal, quem estaria disposto a naufragar junto com o PT mais uma vez? O desgaste é tão amplo que, paradoxalmente, a ideia de impeachment não encontra uma oposição significativa. Nenhum partido deseja arcar com o ônus de ser lembrado como aquele que ajudou a perpetuar uma gestão marcada por erros, escândalos e descontentamento popular.

A questão não é mais se o impeachment é possível, mas quando o Congresso terá coragem de admiti-lo publicamente. Porque, neste ritmo, continuar ao lado do governo é optar por abraçar o naufrágio. E ninguém parece disposto a repetir o pesadelo de afundar junto com o PT. Até porque as eleições de 2026, batem na porta de todos os gabinetes de Brasília.
Por Daniel Camilo


Fórmula do Sucesso: Dilma foi impeachmada com apenas 7 protestos...

 

Já parou para pensar como é fácil afastar um governo? O impeachment de Dilma
Rousseff, em 2016, provou que a força popular é capaz de transformar o cenário
político. Sem grandes lideranças políticas ou a presença de Jair Bolsonaro à frente
das mobilizações, bastaram apenas 7 protestos organizados para mudar o curso do
país.

● 15 de março de 2015: Entre 2,4 milhões e 3 milhões de pessoas foram às
ruas, iniciando uma onda histórica de manifestações.

● 12 de abril de 2015: A pressão continuou, reunindo de 701 mil a 1,5 milhão de
manifestantes.

● 16 de agosto de 2015: Novamente, o Brasil se mobilizou, com entre 879 mil e
2 milhões de pessoas participando.

● 13 de dezembro de 2015: Mesmo em menor escala, os protestos reuniram de
83 mil a 407 mil brasileiros.

● 13 de março de 2016: Este foi o maior ato político já registrado no país, com
números impressionantes entre 3,6 milhões e 6,9 milhões de pessoas.

● 17 de abril de 2016: Durante a votação do impeachment na Câmara dos
Deputados, as ruas acolheram entre 318 mil e 1,3 milhão de manifestantes.

● 31 de julho de 2016: Os atos finais mobilizaram de 44 mil a 151 mil pessoas,
encerrando o ciclo de mobilizações.


Com apenas 7 protestos, os brasileiros conseguiram mudar o rumo da nação,
culminando na remoção de Dilma Rousseff do cargo. Esse feito histórico prova o
poder da mobilização popular em provocar mudanças significativas.

Agora, olhe para o cenário atual. É lamentável ver pessoas jogando a
responsabilidade para terceiros, implorando por interferências externas, enquanto
deveriam buscar soluções por conta própria. 

Não se trata de esperar por um salvador ou se tornar motivo de piada internacional.
Sim, Bolsonaro, estou falando com você.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Empossado! E Agora? O Que o Mundo e o Brasil Podem Esperar de Donald Trump?


A posse do novo presidente dos Estados Unidos é um dia histórico, não só para a política e geopolítica mundial, mas principalmente para Donald Trump. O momento representa não apenas sua vitória na campanha presidencial, mas também a vitória pessoal de um homem que proclama aos quatro cantos do mundo que o americano supera qualquer obstáculo, seja interno ou externo. É uma rejeição à influência externa e a confirmação de uma era de protecionismo tanto cultural quanto econômico.


A posse do novo presidente dos Estados Unidos é um dia histórico, não só para a política e geopolítica mundial, mas principalmente para Donald Trump. O momento representa não apenas sua vitória na campanha presidencial, mas também a vitória pessoal de um homem que proclama aos quatro cantos do mundo que o americano supera qualquer obstáculo, seja interno ou externo. É uma rejeição à influência externa e a confirmação de uma era de protecionismo tanto cultural quanto econômico.


O retorno de Donald Trump escancara o simbolismo do estilo de vida americano, que deve ser preservado e valorizado novamente. É, antes de tudo, um recado a todas as nações de que os Estados Unidos da América iniciarão um processo jamais visto e, através de Donald Trump, colocarão em prática o lema de sua campanha presidencial: “Make America Great Again”, que significa literalmente “Fazer a América Grande Novamente”.


Eu não sei se você, leitor, tem essa mesma visão deste jornalista, cientista político e estudante de direito, que relata em formato de matéria um extenso estudo não só da política internacional, mas também da geopolítica que envolve os principais conflitos militares atuais e o histórico do relacionamento dos 7 últimos presidentes do Partido Republicano dos Estados Unidos, incluindo Donald Trump.


Relação do Brasil com Governos Conservadores Estadunidenses
Conclusão


Desde a fundação dos EUA, o país já foi governado por 19 presidentes republicanos, que foram: Abraham Lincoln, Ulysses S. Grant, Rutherford B. Hayes, James A. Garfield, Chester A. Arthur, Benjamin Harrison, William McKinley, Theodore Roosevelt, William Howard Taft, Warren G. Harding, Calvin Coolidge, Herbert Hoover, Dwight D. Eisenhower, Richard Nixon, Gerald Ford, Ronald Reagan, George H. W. Bush, George W. Bush e Donald Trump.

Desses, os que têm maiores registros de relacionamento com o Brasil, seja por participação na política econômica, geopolítica, parceria de colaboração militar, fornecimento de material bélico, treinamento, críticas e até ameaças, foram:

Theodore Roosevelt: Visitou o Brasil em 1913-1914 e participou da Expedição Científica Roosevelt-Rondon, explorando a região amazônica.

Dwight D. Eisenhower: Visitou o Brasil em 1960, fortalecendo os laços diplomáticos e econômicos entre os dois países.

Richard Nixon: Durante seu mandato, houve cooperação em áreas como comércio e investimentos, apesar de algumas tensões políticas.

Ronald Reagan: Apoiou a redemocratização do Brasil e promoveu políticas de livre mercado que influenciaram a economia brasileira.

George H. W. Bush: Manteve uma relação estável com o Brasil, apoiando a transição democrática e cooperando em questões econômicas e ambientais.

George W. Bush: Focou na cooperação em biocombustíveis e tentou promover a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), embora com resistência do Brasil.

Donald Trump: Teve uma relação marcada por tensões comerciais e críticas às políticas ambientais do Brasil.


Sim, é isso mesmo! Entre os presidentes republicanos dos Estados Unidos, Donald Trump foi o que mais fez críticas ao Brasil. Durante seu mandato, Trump criticou o Brasil, que era governado pelo ex-presidente Bolsonaro (2019-2023), em várias ocasiões, especialmente em relação a questões comerciais e ambientais. Ele ameaçou aumentar tarifas sobre produtos brasileiros e expressou insatisfação com as políticas ambientais do Brasil.

No comércio: Em 2019, Trump anunciou a intenção de restabelecer tarifas sobre o aço e o alumínio brasileiros, alegando que o Brasil estava desvalorizando sua moeda, o que prejudicava os agricultores americanos.

Meio Ambiente: Também em 2019, Trump criticou a gestão ambiental do Brasil, especialmente em relação aos incêndios na Amazônia. Ele expressou preocupação com a destruição da floresta tropical e sugeriu que o Brasil não estava fazendo o suficiente para proteger o meio ambiente.

Política Econômica: Em 2020, Trump ameaçou impor tarifas adicionais sobre produtos brasileiros, como resposta às políticas econômicas do Brasil que ele considerava desfavoráveis aos interesses americanos.


Complexo de Vira-Latas!

As críticas de Donald Trump ao Brasil ocorreram tanto antes quanto depois da visita de Jair Bolsonaro aos Estados Unidos. Bolsonaro visitou os EUA em março de 2019, onde se encontrou com Trump e discutiu várias questões bilaterais. Os dois chefes de estado também se encontraram na Assembleia Geral da ONU em setembro de 2019, quando Jair Bolsonaro brincou dizendo "I love you" para Donald Trump. 

Após o discurso de Bolsonaro e antes do discurso de Trump, os dois se cumprimentaram brevemente, e Bolsonaro fez essa declaração. Trump respondeu com um "nice to see you again" ("bom te ver de novo").


Bronca de Olavo de Carvalho

Essa admiração foi vista como ‘vassalagem’ do brasileiro e fez com que Olavo de Carvalho criticasse Jair Bolsonaro por sua postura em relação a Donald Trump. Olavo considerava que Bolsonaro estava exagerando na sua admiração pelo presidente americano e que isso poderia ser prejudicial para o Brasil. Ele expressou sua insatisfação com a forma como Bolsonaro lidava com a relação com os Estados Unidos, especialmente em momentos em que Trump fazia críticas ao Brasil.

Vale lembrar também que, mesmo sabendo que o ex-presidente brasileiro enfrentava a perseguição da mídia mundial de esquerda, Trump continuou corroborando com a crítica mundial dos ambientalistas, que intensificaram as alegações sobre as queimadas na maior floresta do mundo. 

Contudo, o americano voltou a ameaçar o Brasil em 2020, com promessas de dificultar a entrada dos produtos brasileiros através de maiores tarifas, uma clara demonstração prática do protecionismo econômico estadunidense.

“Apesar da aparente grande amizade entre as famílias Bolsonaro e Trump, fica muito nítido que ‘a América do Norte sempre será em primeiro lugar, amizades à parte. E quem é mesmo o povo brasileiro?” - Daniel Camilo


Intermediação da Paz entre Israel x Hamas

Mesmo antes da posse do seu segundo mandato, Donald Trump foi reconhecido como um dos principais responsáveis pelo que ainda é considerado um ‘frágil e delicado’ cessar-fogo entre Hamas e Israel, que foi estabelecido em três fases. O acordo inclui a liberação de reféns, tanto cidadãos quanto soldados israelenses, por parte do grupo terrorista Hamas, e a soltura de 1.000 presos, entre eles civis e terroristas palestinos, por parte de Israel. 

Os terroristas que participaram da ação de carnificina do dia 7 de outubro de 2023 não estão inclusos no acordo. Nesse dia, simpatizantes e membros do grupo terrorista Hamas invadiram, sequestraram e mataram mais de 1.000 pessoas em Israel, incluindo bebês, crianças, jovens, homens, mulheres e idosos. Mais de 300 soldados foram mortos e outras 251 pessoas foram feitas reféns. 

Desde então, Israel utilizou seu direito de retaliação para perseguir e punir o grupo terrorista, que também é financiado por outro arquirrival tanto de Israel quanto dos Estados Unidos. A ação de Israel praticamente dizimou não só o grupo terrorista, como também a cidade de Gaza e milhares de civis palestinos.


Trump na Mediação de Paz entre Rússia x Ucrânia 

Em dezembro de 2024, a equipe do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou uma proposta de paz para o conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Essa proposta incluía a exigência de que a Ucrânia reconhecesse a perda de territórios já ocupados pela Rússia, além de adiar sua adesão à OTAN por 20 anos e aceitar a presença de forças de paz europeias em seu território.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, rejeitou a proposta, afirmando que Moscou não concordava com os termos apresentados.

Em resposta à posse de Trump, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy expressou otimismo em alcançar uma paz justa na Ucrânia, destacando a importância de relações fortes entre os EUA e a Ucrânia.

Por sua vez, o presidente russo Vladimir Putin declarou estar aberto ao diálogo com Trump para alcançar uma paz duradoura, enfatizando a necessidade de respeitar os interesses legítimos da Rússia.


‘Tiro no Pé’ dos EUA e do Mundo Livre

Fica mais que claro que, apesar de Donald Trump desejar ser o ‘bastião’ da paz mundial, neste caso, ele privilegia as exigências do país invasor, concordando que a Ucrânia perca cerca de 20% do seu território para a Rússia. Mas é aqui que mora o maior perigo, pois ao influenciar para que esse acordo seja concretizado, o maior vencedor será justamente os maiores arquirrivais dos próprios americanos e do mundo livre.

Desde o início do conflito Rússia x Ucrânia em 2014 com a invasão da região da Crimeia, a China se posicionou ao lado da Rússia formando o ‘eixo do mal’ pós-Guerra Fria. Atualmente, os maiores financiadores e parceiros tanto comerciais quanto bélicos e ideológicos são Bielorrússia, China, Coreia do Norte, Cazaquistão, Irã e Venezuela. Agora, com o fortalecimento e a expansão do BRICS, onde o Brasil faz parte, uma possível ‘vitória’ da Rússia no conflito com a Ucrânia significaria um avanço do comunismo e do autoritarismo no mundo ocidental.

Em resumo, qualquer tipo de acordo que venha beneficiar a Rússia é fortalecer a maior máquina comunista do planeta: a China. E como ficaria a situação da própria pequena Taiwan? Já que para Donald Trump, o que importa é os Estados Unidos saírem bem na foto e garantirem o protagonismo e a hegemonia econômica no mundo.


Deportação em Massa é Certa! E Isso Pode Melhorar ou Piorar a Vida do Americano

Tirando tudo isso, olhando para dentro dos Estados Unidos, o que se percebe é que toda ação e participação para a “paz mundial” só beneficiará quem reside dentro dos Estados Unidos da América do Norte.

Trump deseja deportar cerca de 1 milhão de imigrantes ilegais só neste ano de 2025, e isso pode incluir até a participação da própria Guarda Nacional e do Exército americano, uma estratégia que já foi cogitada por ele. Vale ressaltar que pelo menos 230 mil brasileiros vivem de forma informal no país do norte.


Isso inclui os locais que são chamados de jurisdições santuário, que são os estados que são tolerantes aos ilegais, fazendo disso uma das maiores fontes de receitas e de mão de obra para a economia local. Exemplos incluem os estados da Califórnia, Colorado, Connecticut, Illinois, Massachusetts, Nova Jersey, Novo México, Nova York, Oregon, Vermont e Washington. 

Na maioria dessas unidades federativas, o imigrante ilegal consegue o direito a uma "driver's license", que é a CNH americana. Uma carteira de motorista ("driver's license") nos Estados Unidos oferece uma série de benefícios, serviços e direitos, como: identidade oficial, financiamento de carro, aluguel de veículo, viagens domésticas, doação de órgãos e, como direitos, o imigrante ilegal pode conduzir veículos, ter prova de residência oficial e acesso a serviços de emergência.


Recuperação Resgate do Sub Emprego Formal e Informal Americano

Na prática, o imigrante ilegal nos estados santuários não é um "ilegal" com "I" maiúsculo e está longe de ser considerado um criminoso. Por isso, a política anti-migratória e anti-imigrante ilegal é vista como uma recuperação dos postos de trabalho no mercado americano. Hoje, muitos nativos reclamam da falta de serviços e ocupações que antes eram deixados exclusivamente para os imigrantes legais e ilegais ocuparem, já que, para o cidadão americano, o subemprego era descartado e considerado até mesmo como indigno.

Por um lado, é o certo a se fazer, mas, no entanto, é mais uma prova de superproteção doméstica, que excluirá quem mais contribuiu com a hegemonia americana no planeta. Os imigrantes são a base da economia e do desenvolvimento americano, até porque a colonização dos Estados Unidos envolveu diversas nacionalidades e culturas, como: Ingleses, Espanhóis, Franceses,Holandeses e Suecos.

Centenas de anos mais tarde, após a Guerra Civil que culminou no fim da escravidão até o pós-Guerra, os Estados Unidos também receberam milhões de outros imigrantes para constituir o país, como: irlandeses, alemães, italianos, chineses, judeus da Europa Oriental, escandinavos e mexicanos, incluindo centenas de milhares de descendentes de escravos africanos que permaneceram no país após o fim da terrível prática da exploração da mão de obra desumana.

Além disso, os imigrantes e seus descendentes sempre estiveram presentes desde os serviços mais básicos no comércio, nos serviços domésticos e de manutenção em geral até mesmo nas Forças Armadas dos Estados Unidos.


Brasil: Quanto Pior, Melhor Para os EUA ou Qualquer Outra Potência

Para você que acredita que o novo presidente dos EUA vai interferir em alguma coisa no Brasil no tocante às repressões e ao autoritarismo da Suprema Corte e do governo federal, sinto muito lhe dizer, mas, levando em consideração a Venezuela, pode-se dizer que os americanos já aprenderam a lição aqui na América Latina e pouco ou quase nada irão interferir na nossa soberania.

Se você se contenta com o cancelamento do visto do Ministro Alexandre de Moraes, saiba também que isso poderá não acontecer. Muitos acordos unilaterais e bilaterais, direta ou indiretamente, passam pelo crivo da justiça brasileira, especialmente no mercado privado. 

Por exemplo, a Starlink, o “X” (antigo Twitter) e a maioria das big techs e outras empresas de relevância mundial são americanas e prestam serviços aqui em nosso país. Talvez você se lembre do episódio envolvendo Elon Musk e o próprio ministro do STF. E como terminou o braço de ferro? Sim, Elon teve que ceder e pagar milhões em multas. Ponto final!


Parceria Histórica e Prioridade na Balança Comercial

Vale lembrar que a parceria com o Brasil é histórica e tem mais de 200 anos, além da balança comercial que é ótima. Quanto mais o dólar aumenta, mais é vantajoso para os Estados Unidos manter a parceria, independente da ideologia vigente dos governos brasileiros. Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil e da América Latina, perdendo o posto de primeiro recentemente para a China. 

Qualquer interferência em nossa ‘soberania’ faria com que o governo, que já é de esquerda, certamente privilegiasse ainda mais os chineses, e isso é algo que os americanos não querem que aconteça. Pelo contrário, quanto melhor o relacionamento, melhor; caso contrário, a China, que já é grande, ficará ainda maior.

A política externa dos EUA tende a ser pragmática, focando em interesses econômicos e estratégicos. Portanto, é provável que o governo americano continue priorizando a estabilidade das relações comerciais e diplomáticas com o Brasil, mesmo diante de questões internas do país. A influência crescente da China na América Latina é uma preocupação significativa para os EUA, que buscarão manter sua presença e influência na região para contrabalançar o poder chinês.


Trump e Venezuela é o maior exemplo que nada mudará no Brasil

Durante o primeiro mandato de Donald Trump (2017-2021), sua relação com a Venezuela foi marcada por uma política de "máxima pressão" contra o regime de Nicolás Maduro. Trump impôs sanções econômicas severas e apoiou o líder da oposição, Juan Guaidó, reconhecendo-o como o presidente legítimo da Venezuela. Ele também insinuou a possibilidade de uma intervenção militar, embora essa opção nunca tenha saído do discurso. 

No entanto, essa estratégia falhou em derrubar Maduro, que permaneceu firme no poder. A política de Trump foi amplamente criticada por não alcançar seus objetivos e por intensificar a crise humanitária no país.

Agora, no seu segundo mandato, é evidente que Trump busca estreitar os laços comerciais com Caracas, deixando de lado os "problemas internos" da Venezuela e priorizando acordos que beneficiam empresas norte-americanas. Isso, claro, atende aos interesses de alguns dos principais doadores de sua campanha. Afinal, os americanos voltaram a comprar fortemente o petróleo venezuelano e ampliaram seu apetite para explorar outros recursos naturais sob o domínio do ditador Nicolás Maduro.

Outro fato que expõe o pouco interesse de Trump em interferir foi o caso de Edmundo González, o presidente eleito da Venezuela, que acabou resgatado e exilado na Espanha após as eleições de 2024. Nem Joe Biden antes, nem Trump agora, mostram qualquer intenção de mudar essa política de não intervenção. Essa abordagem, aparentemente, é fundamental para os planos de reestabelecer a hegemonia econômica dos EUA, especialmente diante do avanço de potências como a China.

Não se iluda, caro leitor apaixonado pela família Bolsonaro: Trump não será o salvador dos nossos problemas. Na verdade, se depender de qualquer potência — seja americana, europeia ou oriental — o Brasil continuará na confortável posição de "celeiro do mundo". Nossa missão? Alimentar quem tem fome e abrigar quem não tem nada a oferecer ao país. Acorda e deixa de ser ingênuo, seu abexxxtado! Por Daniel Camilo